Piauí
Prima de Rejane Dias é um dos alvos da Operação Satélite da Polícia Federal no Piauí
PF diz que foram desviados cerca de R$ 50 milhões de reais com laranjas

A Polícia Federal em parceria com a Controladoria-Geral da União deflagrou na última quarta-feira (25), a Operação Satélite, um desdobramento da Operação Topique, que investiga crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro, entre outros, por gestores públicos da Seduc-PI e por empresários.
Os policiais cumpriram 19 mandados de busca e apreensão, sendo 18 em Teresina – no Palácio de Karnak e na Secretaria da Infraestrutura do Estado do Piauí (Seinfra) – e um em Luís Correia.
Pauliana Ribeiro Amorim prima da primeira-dama e ex-secretária de Educação, Rejane Dias, é um dos alvos da operação, assim como o tenente-coronel Ronald, hoje lotado no gabinete militar no Palácio de Karnak.
Comemorou promoção para Tenente-Coronel em 2016
Em comemoração no Iate Clube de Teresina, na data de 21 de Abril de 2016, o recém promovido, Tenente Coronel da Polícia Militar Ronald agradeceu sua promoção realizada no Dia de Tiradentes.
“Graças a Deus e com a ajuda do Governador Wellington Dias e da deputada Rejane Dias, fui alçado ao cargo de Tenente Coronel da Polícia Militar. Já passei por todos os postos da Polícia Militar, faltando apenas o último posto que é o de Coronel. Eu acredito que essa é uma grande vitória, minha, da minha família e dos meus amigos e sei como isso é importante para todos.”
Natural de São João do Piauí, mesma cidade de sua prima, Pauliana foi superintendente de Educação no governo de Wellington Dias (PT) e só saiu do cargo quando Rejane assumiu a Seduc e Helder Jacobina foi para seu lugar.
Em 2017, Pauliana foi exonerada da Seduc e abrigada na Seinfra.
Um dia depois de ser deflagrada a Operação Topique, em 2018, o site Código do Poder divulgou que Pauliana Ribeiro Amorim era sócia de uma empresa com capital social de R$ 2 milhões. A atividade principal seria de hotelaria.
Ela chegou a informar por meio de nota que não existia uma empresa de fato, apenas um número de CNPJ. Também informou à época que já havia solicitado à Receita Federal seu cancelamento, mas isso não aconteceu até hoje.
O Governo do Estado se pronunciou por meio de nota, informando que sempre agiu de forma colaborativa. Leia a íntegra da nota:
NOTA OPERAÇÃO PF
A respeito da operação da Polícia Federal deflagrada nesta manhã (25), o Governo do Estado informa que não há investigação contra o Estado. O processo investiga empresas e servidores, a quem cabe o legítimo direito de defesa.
O Estado é parte interessada no processo e sempre agiu de forma colaborativa, fornecendo todos os documentos, dados e informações solicitadas. Nada do que foi entregue na operação deixaria de ser entregue bastando comparecer e requisitar.
Mais uma vez lamentamos o caminho do espetáculo. A operação de busca e apreensão realizada pela polícia no interior de repartições públicas que não são objeto da investigação, com cobertura midiática ao vivo, atenta contra o Estado de Direito, pilar da Constituição Federal, podendo caracterizar claro abuso de autoridade.
O Governo do Estado reafirma seu compromisso com a transparência e continuará repassando documentos e informações solicitadas e, mais que qualquer outro, tem interesse na elucidação dos fatos, porém com respeito à lei.