Piauí
Número de internações e óbitos por Covid-19 cai, mas casos continuam em crescimento no Piauí
Estudo da Universidade Federal do Piauí aponta que o crescimento se deve principalmente ao aumento de casos no interior do estado. Sesapi diz que taxa de ocupação de leitos caiu.

O número de internações e óbitos por Covid-19 no Piauí caiu, de acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi). Contudo, o número de pessoas infectadas pelo novo coronavírus ainda está em crescimento, segundo o estudo da Universidade Federal do Piauí (UFPI).
O estudo, coordenado por um professor do Departamento de Matemática da UFPI, pertence ao Projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) da universidade e inclui dados do Hospital de Campanha Estadual (HCE), que contribuem para um modelo que prevê o avanço do número de casos e correspondentes gráficos evolutivos sobre a pandemia no estado.
“Mesmo Teresina diminuindo o número de casos, outras cidades estão aumentando por conta da interiorização do vírus. A gente constata isso através número de reprodução, que está maior do que 1 . Isso é um reflexo do aumento de casos no interior”, informou o coordenador do estudo, o professor Dr. Jefferson Leite.
O pesquisador disse que o número de casos estava estabilizando, mas voltou a aumentar e prevê que, devido a esse aumento, o pico da Covid-19 no Piauí deve ocorrer nas próximas semanas.
“A nossa previsão atual é a mesma previsão de março, feita com o isolamento perto de 50% durante um bom tempo e depois, um afrouxamento até 40%, que faz com que nossa previsão de pico seja para as próximas semanas”, explicou Jefferson Leite.
O matemático afirmou que ao observar o gráfico é possível perceber que o número de infectados não difere muito do dia anterior, aumenta, mas não tanto, o que, segundo o pesquisador, aponta a aproximação do pico.
Internações e óbitos
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Leito de internação em UTI no Piauí — Foto: CCOM
O Painel Covid-19, da Sesapi, mostra que o número de óbitos pela doença se manteve. O dado mais recente contabilizou 126 vítimas, enquanto nas semanas anteriores foram 143, 164 e 152 mortes em consequência da infecção pelo coronavírus.
A secretaria também apontou queda no índice de ocupação em todos os três tipos de leitos (UTI, clínicos e de estabilização). Segundo a Sesapi, a taxa de ocupação de todos os tipos de leitos comparando o dia 7 de julho, considerado o pico da ocupação até o momento, até essa segunda-feira (3), foi:
- Leitos clínicos de 54% para 41,8%
- Leitos de estabilização de 37% para 23,3%
- Leitos de UTI de 77% para 60,9%
Para o professor Jefferson Leite, a estabilização de óbitos pode ser explicada em função da melhoria dos sistemas hospitalares no tratamento da doença, já que conforme os casos foram acontecendo os procedimentos foram sendo atualizados e as equipes de saúde aprendendo sobre o tratamento, resultando na diminuição de mortes.
Decretos determinam distanciamento social
Para evitar a contaminação pelo vírus, o isolamento social e medidas emergenciais foram determinadas por meio de decretos do governo do estado e das prefeituras, como na capital piauiense, para que a população fique em casa e evite ao máximo ir às ruas. Aulas em escolas e universidades, a maioria das atividades comerciais, esportivas e de serviços em geral estão suspensas por tempo indeterminado.
Serviços essenciais como farmácias, postos de combustíveis e supermercados continuam mantidos mas estão regulamentados. O atendimento em clínicas, hospitais e laboratórios, assim como o funcionamento de escritórios de advocacia e contábeis também foram liberados mediante cumprimento de regras.
O uso de máscaras em locais públicos tornou-se obrigatório em todo o estado. Policiais fazem abordagens nas fronteiras do estado a ônibus e veículos particulares. Os decretos preveem que quem descumprir as regras pode ser penalizado com multa ou até prisão.
Prevenção, contágio e sintomas
Lavar as mãos de forma correta, uso de álcool em gel, sempre usar máscaras, evitar contato pessoal e aglomerações de pessoas são algumas das orientações para evitar o contágio da doença.
É importante também ficar atento quanto aos principais sintomas (tosse seca, congestão nasal, dores no corpo, diarreia, inflamação na garganta e, nos casos mais graves, febre acima de 37° C e dificuldade para respirar).